sábado, 20 de março de 2010

Juízo Final

Apareceu o miserável milionário no Céu e impacientemente esperou a hora de ser julgado. Conduziram-no a uma sala, logo outra e outra e para outra ainda até ver o esbranquejar da luz.
- A hora de ser julgado chegou – disse o Todo-Poderoso – O que fizeste de bem na Terra?
-Nasci, cresci, amei, tive filhos e vivi - disse o milionário
-Só? – retorquiu o Todo-Poderoso – Essas são virtudes a que estavas destinado, a todos os seres vivos lhes foi atribuído. Não te podes afirmar por outras obras?
-Uma vez contribuí para a construção de um Hospital para paralíticos com 500 cruzeiros, outra vez desembolsei um valor para ajudar a construção de um conforto para uma velha viúva.
-Só? – perguntou o Todo-Poderoso – Acho que essas virtudes as tiveste porque te sentias investido. Vivias bem, mas no nosso balanço não existe misericórdia.
-Não Todo-Poderoso, contribuí outra vez com 500 cruzeiros para a construção de um convento dos missionários de Jesus.
-A tua mentira ainda não te afasta dos teus ricos pecados. Anjos, tragam-me 1000 cruzeiros e mandem este homem às profundezas do Inferno.
E o milionário foi conduzido para as calmas chamas do inverno onde instalou a sua pobre e complicada vida.

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